sábado, 8 de agosto de 2009

Não! Não me é permitido!...


Desenho a caneta autor: José M.Silva

Não! Não me é permitido!..
Tal veleidade, tal devaneio
enjaulo em mim este sentimento
fero de paixão!

Não! Não me é permitido!..
Que paire sobre mim o esquecimento
deste fulminante brotar imenso.
Súbito deslumbramento da demente vista
que as janelas premiaram forte
inundaram-me a alma e os sentidos
que estremeceram com a súbita aparição
de evangélica figura, nossa senhora de graça
e do baptismo criador.
Antecedeu as badaladas,
as luzes se acenderam
iluminaram as arcadas!
É o momento
e que momento primeiro:
quais rosas, quais lírios,
quais águas, quais fluentes,
do deslumbrante estar
do doce declamar, o amor!

As águas suspendem-se em seu redor
a luz inunda-lhe o rosto
belo de pasmar… sereno
altivo de uma altivez cândida!
O vermelho a rodopia
o branco desnuda a sua pureza
o preto alonga-lhe a formosura.
O olhar é profundo, penetrante e sorridente…
preso á minha mente sigo
desde a noite colossal
só em mim matéria, efémera!

E não! Não me é permitido!...

José M. Silva

Em livro «Há copos, garfos inebriados dentro de mim»

2 comentários: